quinta-feira, 13 de março de 2014

Nelson Mandela

Nelson Mandela



Nélson Rolihlahla Mandela (Mvezo18 de julho de 1918 — Joanesburgo5 de dezembro de 2013) foi um advogado, líder rebelde e presidente da África do Sul de 1994 a 1999, considerado como o mais importante líder da África Negra, ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 1993, e Pai da Pátria da moderna nação sul-africana.

Até 2009 havia dedicado 67 anos de sua vida à causa que defendeu como advogado dos direitos humanos e pela qual se tornou prisioneiro de um regime de segregação racial, até ser eleito o primeiro presidente da África do Sul livre, razão pela qual em sua homenagem, a Organização das Nações Unidas instituiu o Dia Internacional Nelson Mandela no dia de seu nascimento, como forma de valorizar em todo o mundo a luta pela liberdade, pela justiça e pela democracia.

Nascido numa família de nobreza tribal, numa pequena aldeia do interior onde possivelmente viria a ocupar cargo de chefia, abandonou este destino aos 23 anos ao seguir para a capital Joanesburgo e iniciar atuação política.Passando do interior rural para uma vida rebelde na faculdade, transformou-se em jovem advogado na capital e líder da resistência não-violenta da juventude em luta, acabando como réu em um infame julgamento por traição, foragido da polícia e o prisioneiro mais famoso do mundo, após o qual veio a se tornar o político mais galardoado em vida, responsável pela refundação do seu país - em moldes de aceitar uma sociedade multiétnica.
Mandela foi criticado muitas vezes por ter traços egocêntricos e por seu governo ter sido amigo de ditadores que foram simpáticos ao Congresso Nacional Africano (CNA). Em seu foro íntimo, enfrentou dramas pessoais e permaneceu fiel ao dever de conduzir seu país. Foi o mais poderoso símbolo da luta contra o regime segregacionista do Apartheid, sistema racista oficializado em 1948, e modelo mundial de resistência.1 No dizer de Ali Abdessalam Treki, Presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas, "um dos maiores líderes morais e políticos de nosso tempo".


Infância e adolescência


Recebe o nome de Rolihlahla Dalibhunga Mandela (em Xhosa[xoˈliːɬaɬa manˈdeːla]); seu primeiro nome significa, em xhosa, algo como "agitador" - o que pode ser considerado profético  - já que a expressão quer dizer, no idioma natal zulu: "aquele que ergue o galho de uma árvore".
A educação inicial que recebera era, sobretudo, oral e aprendia não de modo sistemático, mas perguntando aos mais velhos. Desta forma cresceu observando os costumes, os tabus, os rituais. Aos cinco anos de idade começou a seguir outros meninos nas lidas do campo, longe dos pais, cuidando do gado.
Naqueles tempos, após o jantar, era costume ter a mãe ou uma das tias a narrar velhas histórias, mitos, fábulas ancestrais. Ouvia então contarem de reis lendários e heróis, como DinganeBambata ou Makana.
Em 1925 passa a frequentar a escola primária existente na vila próxima de Qunu. É lá que recebe o nome "Nelson", em homenagem ao AlmiranteHoratio Nelson, dado por sua professora chamada Mdingane, atendendo ao costume de dar nomes ingleses a todas as crianças que frequentavam a escola; esta consistia num único cômodo, com teto de zinco e chão de terra.
Era seu melhor amigo o filho do regente, chamado Justice.
Aos nove anos de idade seu pai morre (1927), e Mandela é enviado para a vila real de Mqhekezweni,aos cuidados do regente do povo Tembu, Jongintaba Dalindyebo. Ali frequenta a escola, vizinha à residência real.

Morte



No dia 5 de dezembro de 2013 o presidente sul-africano Jacob Zuma anunciou a morte do seu antecessor: "A nação perde seu maior líder", completando: "Ainda que soubéssemos que esse dia iria chegar, nada pode diminuir nosso sentimento de perda profunda"; declarando luto nacional e anunciando que o funeral deve ocorrer na capital, Joanesburgo, no sábado - dia 7 de dezembro, com as honras de Estado.

No anúncio presidencial, feito pela televisão, Zuma acentuou o papel de Mandela para seu país: "Ele está agora a descansar. Ele está agora em paz. A nossa nação perdeu o seu maior filho. O nosso povo perdeu um pai"

Na página oficial de Mandela, na rede social Facebook, foi colocada uma mensagem sua, de 1996, em várias línguas - inclusive o português, dizendo: "A morte é inevitável. Quando um homem fez o que considera seu dever para com seu povo e seu país, pode descansar em paz. Acredito ter feito esse esforço, e é por isso, então, que dormirei pela eternidade."
Como seu epitáfio, Mandela havia um dia declarado que gostaria de ter escrito somente: "Aqui jaz um homem que cumpriu o seu dever na Terra".

Funeral



Após o anúncio da morte do líder, uma multidão se aglomerou diante da porta de sua casa em Joanesburgo, bem como diante de sua antiga residência em Soweto. Já no dia 6 os bancos do país fecharam suas portas em sinal de luto, e o arcebispo emérito Desmond Tutu o homenageava em cerimônia religiosa.

De acordo com as tradições Xhosa, um membro masculino deve permanecer ao lado do corpo durante o funeral; este papel coube ao neto mais velho, Mandla Mandela.

A cerimônia religiosa foi efetuada no antigo Soccer City, celebrada no dia 10 de dezembro. Durante os pronunciamentos de chefes de estado e autoridades visitantes, a exemplo do Presidente estadunidense Barack Obama e do Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, foi usado um falso intérprete da língua de sinais - fato este que causou constrangimento ao CNA e ao governo sul-africano também na segurança, pois o indivíduo apresentava um histórico criminal.
Nas despedidas a Mandela a presença de mais de noventa chefes-de-estado foi anunciada; além do atual presidente, os EUA levaram três outros ex-governantes (Bill ClintonJimmy Carter e George W. Bush); o mesmo ocorreu com o Brasil, onde a presidenta Dilma Rousseff fez-se acompanhar pelos ex-presidentes LulaFernando Henrique,Collor e SarneyPortugal enviou seu presidente Aníbal Cavaco Silva e o ministro dos Negócios Estrangeiros; o Reino Unido enviou uma grande delegação e dois presidentes de França viajaram em aviões separados; além dos líderes, muitos famosos marcaram sua presença, como Bono VoxOprah WinfreyNaomi Campbell e Bill Gates, entre outros.
Para o sepultamento no dia 15 de dezembro, em Qunu, foi armada uma tenda com capacidade para 4.500 pessoas, que incluíam familiares e líderes locais e mundiais; sua neta Nandi Mandela proferiu um discurso, onde lembrou a importância do avô para o país e o mundo.
A exclusão dos africâners nas cerimônias foi lamentada pelo arcebispo Tutu, contrariando o pensamento de inclusão e unidade do líder morto; para ele a cerimônia de estado teve excessivo protagonismo do partido governante, o CNA.

Homenagens


Mandela é homenageado por todo o mundo, de diversas maneiras e de seguida estão listados alguns prêmios e condecorações, para além do Nobel.
Índia concedeu-lhe sua mais alta condecoração, em 1990, com o prêmio Bharat Ratna. Em 1993 foi o primeiro agraciado com o Prêmio Fullbright, em reconhecimento ao seu papel no entendimento entre os povos, recebendo 50 mil dólares.
Sobre uma estátua sua, a ex-mulher Winnie declarou: "Eles puseram uma enorme estátua dele bem no meio de uma importante área branca de Joanesburgo. Não aqui [em Soweto] onde derramamos nosso sangue."
Outras formas de homenagem também se fizeram: em 1995 foi agraciado com o Grande-Colar da Ordem do Infante D. Henrique, uma ordem honorífica portuguesa; recebeu a Ordem de Sr. John, da rainha Isabel II, a Medalha presidencial da Liberdade de George W. Bush; em 2001 tornou-se cidadão honorário do Canadá e também um dos poucos líderes estrangeiros a receber a Ordem do Canadá.
Em 2003 deu apoio à campanha de arrecadação de fundos contra a AIDS chamada 46664 - número que lembra a sua matrícula prisional.
Em novembro de 2006 foi premiado pela Anistia Internacional com o prêmio Embaixador de Consciência em reconhecimento à liderança na luta pela proteção e promoção dos direitos humanos.
Em junho de 2008 foi realizado um grande show em Londres em homenagem aos seus 90 anos, onde participaram vários cantores mundialmente conhecidos.
Em fevereiro de 2012 o Banco Central da África do Sul anunciou, numa coletiva de imprensa capitaneada pelo presidente do país Jacob Zuma, e a diretora do Banco Gill Marcus, que a efígie de Mandela irá ilustrar todas as cédulas de Rand. Na data Zuma frisou: "Com este modesto gesto, queremos expressar nossa gratidão (...). Estas notas permitirão que nos recordemos do que conquistamos ao tentar alcançar uma sociedade mais próspera"...

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